Morgana Martins – Redação UFSC à Esquerda – 26/10/2022
Uma denúncia anônima publicada ao Portal Catarinas na quarta-feira passada (19) informa que no dia 27 de agosto deste ano, uma jovem militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) acordou em sua casa de um cochilo da tarde com três policiais dentro de sua casa, no Itacorubi. Um deles estava vestido com uniforme do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e outro, armado, à paisana.
No texto ainda há a informação de que na madrugada do dia anterior à invasão, três policiais, um uniformizado e dois à paisana, tentaram invadir o apartamento de outro membro do PCB.
Os relatos da militante, publicados no Portal Catarinas, informam que os policiais não tinham nenhum mandado de busca e apreensão ou prisão e que eles fizeram diversas perguntas sobre quem morava na casa, há quanto tempo e se a militante morava sozinha, se tinha namorado. Ao mesmo tempo, os policiais reviraram os móveis da casa, como se procurassem por algo.
Os jornais das mídias tradicionais passaram a noticiar o caso após a denúncia no Portal Catarinas como uma “suposta” invasão. Ao G1, a PM disse que “não identificou nenhuma ocorrência sobre o caso”. O jornal informou também que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que abriu uma notícia de fato sobre o caso.
A advogada Luzia Cabreira está acompanhando o caso e disse ao Portal Catarinas: “não nos parece uma questão específica das militantes, nos parece que é uma operação contra os movimentos sociais, de criminalizar o movimento, criminalizando seus militantes”.
O inquérito para apurar a denúncia de invasão foi aberto no dia 2 de setembro de 2022 pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE).
A militante que teve a casa invadida destacou também que é importante que possamos repudiar esse tipo de atuação e perseguição política, pois esses casos de repressão significam uma pressão para que se deixe a vida de luta.
Essa ação pode ser interpretada como uma forma de intimidação, visto que não existia nenhuma ação da justiça e nenhum crime flagrante. Segundo a advogada do caso, existem três situações em que a polícia pode entrar em residências sem mandatos e nenhuma delas se encaixa neste caso.