[Notícia] Protestos nos EUA denunciam racismo no país

Morgana Martins – Redação UàE – 28/05/2020

Milhares de manifestantes foram às ruas em diversas partes dos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd para denunciar o racismo no país. As manifestações seguem hoje seu segundo dia consecutivo e se intensificaram na noite desta quarta-feira (27), com incêndio em um ponto da cidade em que morava Floyd, Minneapolis, no estado de Minnesota. 

George Floyd foi morto na segunda-feira (25) após ser sufocado durante uma abordagem policial. “Não consigo respirar”, disse Floyd repetidas vezes durante alguns minutos, antes de ficar em completo silêncio; ele estava imobilizado no chão, enquanto um agente policial pressionava o joelho contra o seu pescoço. O vídeo da abordagem violenta circulou o mundo durante esses últimos dias e o caso gerou revoltas pelos Estados Unidos. 

As manifestações foram registradas em diversas partes do país. Em Los Angeles, Califórnia, centenas de pessoas marcharam contra a morte de Floyd e a brutalidade policial. Em Memphis, Tennessee, a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e duas pessoas foram presas. Em Minneapolis as manifestações foram mais intensas e marcadas por confrontos; carros e edifícios foram incendiados e grandes lojas foram saqueadas. 

De acordo com dados do grupo de pesquisa Mapping Police Violence, a polícia dos EUA foi responsável pela morte de 1.099 pessoas em 2019. Ao menos 24% delas eram negras, grupo que corresponde a 13% da população do país. Cerca de 200 a 300 negros morrem anualmente nas mãos de policiais.

Além disso, nos Estados Unidos, uma pesquisa conduzida pelo laboratório APL Research Lab e intitulada “A cor do coronavírus” apontou que mais de 20 mil negros no país já foram a óbito, revelando que os negros têm morrido de COVID-19 quase três vezes mais do que os brancos. Alguns estados têm estatísticas ainda piores, como o Kansas, em que negros estão morrendo sete vezes mais do que os brancos.

O caso de Floyd relembrou o país do que ocorreu em 2014 com Eric Garner, homem negro de 43 anos, que morreu após o policial Daniel Pantaleo enforcá-lo durante uma abordagem por suposta venda ilegal de cigarros. Garner, assim como Floyd, alertou, no momento da agressão, que não conseguia respirar. 

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