Ricardo Woffelbüttel/Secom.
Nina Matos – Redação UFSC à Esquerda – 22/02/2021
SC enfrenta hoje um dos piores quadros da pandemia. Além de ter registrado o maior número de casos desde dezembro do ano passado — alcançando 23.545 na última quinta-feira (18) —, a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 85,5%.
Das 16 regiões do estado, dez encontram-se no nível gravíssimo do mapa de risco e as outras seis estão atualmente no nível grave.
A região Oeste do estado enfrenta ainda o colapso da rede hospitalar — pública e também privada, tendo 100% dos leitos gerais adultos ocupados. No Hospital Regional do Oeste, as internações de pacientes com o coronavírus chegaram a extravasar as alas especiais, acolhendo 23 dos 63 pacientes.
Chapecó foi a cidade mais afetada pelo aumento do número de casos, a ponto do corpo de bombeiros, com uso de aeronaves, precisar transferir pacientes para outras cidades de regiões do estado — como Itajaí e Lages. A cidade também registrou a morte de um bebê de um mês de idade, vítima de Covid-19.
A Grande Florianópolis também encontra-se em situação crítica, com apenas 35 leitos disponíveis de modo geral — adultos, infantis e neonatais. Tanto na rede pública quanto na privada há poucas vagas.
Dos três maiores hospitais privados, dois estão com lotação máxima na UTI e um não informa a quantidade máxima de leitos disponíveis.
Já no SUS, somados os sete hospitais, há 26 leitos disponíveis ao todo. Entretanto, se considerar apenas os leitos disponíveis para tratamento de pacientes adultos com coronavírus em Florianópolis, há apenas três vagas.
Apesar da situação crítica do estado, diversas atividades estão mantidas, dentre elas, a volta às aulas presenciais, que ocorreu nesta última quinta (18).
De acordo com os protocolos de segurança estaduais, não há restrição em relação ao nível de contaminação para o retorno presencial das aulas, podendo retornar mesmo em cidades dentro de regiões em nível gravíssimo de contaminação.
Ainda, a lotação das salas de aula podem alcançar até 100%, contando com 1,5 metros de distância entre cada pessoa. Já o uso de máscaras só é obrigatório para crianças maiores de seis anos — para crianças entre três e cinco anos a recomendação é permitir máscaras apenas sob supervisão; as menores de dois anos não podem usar por risco de asfixia.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE-SC) chegou a deflagrar uma greve contra o retorno presencial no dia 12, contudo, a greve foi encerrada antes mesmo de acontecer, na terça-feira (16).