Imagem da greve dos trabalhadores garis em 2014, Rio de Janeiro.

[Notícia] Trabalhadores garis declaram greve no Rio de Janeiro

Foto: Greve dos trabalhadores garis em 2014, Rio de Janeiro. Foto: Rafael Vilela

Maria Alice de Carvalho – Redação UàE – 22/04/2019

Os trabalhadores garis da Companhia de Limpeza Urbana (COMLURB) deram início à greve à 00h00 desta segunda-feira (22). A greve foi deliberada em assembleia da categoria, no último dia 18, e tem como principal reivindicação o reajuste de 10% no salário e no vale alimentação – o que representa um impacto de apenas 2% no orçamento da COMLURB.

A proposta da prefeitura do Rio e da empresa COMLURB diante das tentativas de negociação da categoria dos garis foi de aumentar o salário desses trabalhadores em apenas 3,73%, proposta que foi rejeitada pela categoria por não atender às suas reivindicações e de ser um aumento injusto. Antes de declarar greve, a categoria passou por dois meses de negociação com o prefeito Marcelo Crivella (PRB), sem obter um resultado admissível.

De acordo com manifesto assinado por diferentes entidades e pessoas públicas em apoio à greve dos garis, a prefeitura de Crivella desrespeita a categoria desde seu início: não pagou à maioria da categoria o Acordo de Resultados após alcançarem as metas estabelecidas; não cumpriu com a implementação integral do Plano de carreira (promessa desde a greve de 2014); não garantiu o pagamento da insalubridade para os setores que trabalham em ambiente prejudicial à saúde; e não garantiu a gratificação de coleta a todos os que trabalham na remoção do lixo domiciliar.

No último domingo (21), o prefeito Crivella conseguiu na justiça uma  liminar que criminaliza o movimento de greve dos trabalhadores garis do Rio, a qual obriga 60% dos garis a trabalharem e proíbe piquetes durante a paralisação. A desobediência à essa decisão será passível de multa de R$ 60 mil reais por dia.

Ainda assim, os trabalhadores seguem firmes na luta pelo reajuste salarial e se encontram reunidos em greve em frente à Gerência do Encantado, na Zona Norte do Rio, e em outras coordenadorias locais.

O presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro (Simaeco-Rio), Antonio Carlos da Silva, representa a categoria e aguarda por contraproposta da COMLURB, para que assim se marque nova assembleia para definir os próximos caminhos da greve. O sindicato e a empresa se reúnem hoje, às 10h, para tentar nova negociação.

Em convite à toda a sociedade a abraçar e cercar de solidariedade essa justa greve, entidades ressaltam a importância desses trabalhadores e de que estes tenham uma vida digna, além de frisar o desrespeito que estes seguem tendo por parte da prefeitura.

“Nas enchentes que atingiram o Rio, o mundo todo viu os garis arriscando a sua própria vida, trabalhando em condições adversas, muitas vezes sem os Equipamentos de Proteção Individual adequados. Faça chuva ou faça sol, os trabalhadores e trabalhadoras da COMLURB mantêm a cidade limpa. Fazem a limpeza das escolas e ajudam a fazer as refeições de milhares de crianças nas escolas municipais. Mesmo sendo muito importantes para a cidade, os garis não recebem a devida valorização.” Trecho do manifesto em apoio à greve dos trabalhadores garis.

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