[Opinião] A nossa classe tem história para contar! Inspirações para os enfrentamentos necessários na construção do 14J

Clara Fernandez* – Redação UàE – 12/06/2019

Dia 15 e 30 de Maio deram uma demonstração de que a nossa classe não vai aceitar de cabeça baixa as imposições do Governo Bolsonaro. Ali se demonstrou grande disposição para lutar não só em defesa da educação, mas também contra os altos índices de desemprego, a reforma da previdência e todos os demais itens que atuam na destruição de nossas condições de vida.

Entretanto, nesses momentos decisivos, em que um corpo social mostra seu tamanho e mostra que não pode ser controlado, existem lideranças dispostas a frear a radicalidade necessária para enfrentar a violência governamental. Nessas horas, é preciso que se resgatem nossas mais ricas experiências de como fazer valer a força da base, dos independentes, de todos aqueles que estão dispostos a ir à luta; contra aquelas lideranças que atuam de forma amena ou frontalmente contrária às lutas que precisamos travar.

Há alguns dias foi divulgada uma pesquisa que revela que 71% dos caminhoneiros apoiam a Greve Geral do dia 14, logo após isto, a ABCAM – Associação Brasileira de Caminhoneiros, em reunião de lideranças, passando por cima de qualquer base, anunciou que rejeita participar da greve. Esta foi a mesma associação que negociou o fim da greve dos caminhoneiros em 2018, contra a vontade da maioria destes em permanecer mobilizados. Resultado disto foi que estes ignoraram a deliberação feita por cima e seguiram paralisados, mostrando sua força e seus efeitos por muito mais tempo do que gostariam aqueles que acreditaram que seriam capazes de dirigi-los.

Em 2014, em pleno Carnaval, frente às ameaças de demissões e à própria integridade física, os garis do Rio de Janeiro realizaram uma vitoriosa greve de 8 dias, passando por cima da direção do sindicato que queria forçá-los a voltar ao trabalho após uma paralisação de 24 horas. A categoria realizou enormes manifestações diárias em frente à prefeitura e outras áreas da cidade, conquistando ao fim da greve aumento salarial de 37%, contra os 9% inicialmente proposto pelo prefeito na época, Eduardo Paes.

Em 2014 e 2015 uma série de greves foram realizadas nas Universidades Federais contra os cortes de verbas realizados pelos governos petistas, mesmo frente à imensas dificuldades de mobilizações e freios realizados pelas mais diversas lideranças assentadas no Governo naquele momento.

Nós temos história e experiências que nos mostram que é possível ir além. Que nos apropriemos delas e as utilizemos como inspiração para os desafios do presente. A Greve Geral do dia 14 de Junho é decisiva, não há tempo a perder com quem mostra pouco compromisso com o futuro de todos nós!

*O texto é de inteira responsabilidade da autora e pode não refletir a opinião do Jornal.

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