Ilustração: John Kenn Mortensen
Clara Fernandez* – Redação UàE – 17/07/2020
Alguns estudantes e professores como o Conselheiro Gabriel Cézar de Andrade (estudante de direito, assessor parlamentar do Vereador do NOVO, Bruno Souza), na sessão do CUn de hoje, que encaminha a adesão ao ensino remoto, demonstram claramente o que significa a liberdade dos liberais. Para pegar um exemplo, é só ver como defendem uma interpretação conveniente do questionário realizado pela UFSC.
Em primeiro lugar, apresentam esta forma de consulta individualista como a escolha da comunidade Universitária, e não como a escolha da Reitoria. Como se toda a UFSC tivesse escolhido olhar apenas para as condições tecnológicas de acesso, sem levar em consideração que a forma de aulas online pode ser excludente mesmo com instrumentos tecnológicos.
Em segundo lugar, apresentam os resultados como se dessem conta de representar a realidade do conjunto da Universidade, mesmo com mais de 30% dos estudantes sem respondê-lo. Em alguns momentos, chegam a tratar tais resultados como se fossem uma pesquisa de opinião, que indicasse que a maioria da comunidade universitária quer o ensino remoto.
É essa a liberdade que esse tipo de liberal defende para a Universidade. A liberdade de distorcer dados, de distorcer a realidade da comunidade Universitária. A liberdade de destruir a força criativa da Universidade na máquina de moer gente que é a lógica da certificação. Acima de tudo, a liberdade de poder exercer seu egoísmo ao máximo, passando em cima da permanência de quantos colegas for necessário passar para aprovar tal medida.
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