Chapa 1 e apoiadores em frente ao Hospital Universitário

[Opinião] SINTUFSC: É hora de um sindicato independente e de luta!

Imagem: chapa 1 “TAEs Unidos – Juntos Somos Mais Fortes”

Renato Milis *  – Redação UàE – 06/08/2018

Amanhã, 08 de agosto, os técnicos administrativos em educação da UFSC vão às urnas escolher sua direção sindical. Será um momento decisivo na luta dos trabalhadores pois trata-se de indicar qual entre duas estratégias diferentes para enfrentar os ataques do governo e do capital a universidade e aos trabalhadores. E será preciso escolher uma direção que se disponha a efetivamente abrir o sindicato às lutas dos trabalhadores. 

O empresariado está em luta aberta contra a classe trabalhadora e por isso temos pela frente ataques brutais como a reforma da previdência, às privatizações, os cortes de orçamento nas universidades e seu programa de privatização que é o “future-se”. Nesta luta contam que os instrumentos dos trabalhadores, como os sindicatos, estejam tomados pela burocracia, o conservadorismo, o imobilismo. Contam que não terão de nosso lado mobilização, debate, estratégias mais efetivas para enfrentá-los. 

 

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Na eleição para a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior em Santa Catarina – SINTUFSC, que representa os técnicos, esta política de fracasso é expressada na Chapa 2 – “Determinação – Sindicato para Todos”. Esta chapa é de continuidade das últimas direções que está a frente do sindicato há 8 anos e 7 meses. 

Esta direção abertamente demonstra sua vinculação com a reitoria da universidade e em função disso trabalha para manter o movimento dos trabalhadores técnicos administrativos em rédea curta. Mas, não para por aí: há muitos anos eles impõem aos trabalhadores uma política de fracasso. 

 

Põe sempre em ação um conjunto de mecanismos para desorganizar os trabalhadores, evitando os debates, desrespeitando-os nas assembleias, comandos de greve, manobrando as mesas das atividades como lhes convém. Ativamente produzem um esvaziamento do movimento sindical tanto numericamente, afinal com isso afastam os trabalhadores, quanto do sentido político do movimento. Nada disto é acidente, é técnica para imobilizar os trabalhadores. 

Além disso mantém uma base de trabalhadores pela via do clientelismo e patrimonialismo. Ao invés de lutar com às bases por melhores condições de vida e salário para os níveis que recebem menos na categoria, lutar pela reabertura de concursos, para retomar às perdas dos aposentados, tem com eles uma relação de pequenas vantagens. 

Com isto dirigem o movimento para o fracasso contínuo expresso sempre nos atos e assembleias realizados para cumprir tabela: “nós fazemos mas às pessoas não vem”; “são poucos que participam”; “a baixa participação é um problema nacional”. Um muro de lamentações que escamoteia que o esvaziamento, a derrota, é de fato sua estratégia. Com isso, fazem o jogo de todos os governos, afinal não contribuem com às lutas dos trabalhadores. 

 

 

Este sindicalismo lamentoso, governista, fraco tem que acabar! É urgente! O momento pede que possamos deixar pra trás aqueles que no interior do movimento fazem a política do capital. E frente a isso, a chapa 1 “TAEs Unidos – Juntos Somos Mais Fortes” apresenta uma alternativa. Uma possibilidade de construir um sindicato democrático e combativo. 

Esta chapa, da qual faço parte, é composta por trabalhadores que há muito tem feito a crítica pública a atual direção do sindicato e tentado construir no movimento uma outra política. E também por trabalhadores que se integram há pouco nas lutas da categoria mas que sentem o mesmo: é hora de mudança, é hora de luta! 

Estes trabalhadores estão tentando reabrir o movimento aos anseios dos trabalhadores. Para que possamos juntos debater as estratégias de luta contra os ataques de Bolsonaro e dos empresários à universidade e ao conjunto dos trabalhadores sem esperar que alguém nos diga sempre o que fazer. Para que cada um dos trabalhadores possa contribuir para construir uma luta firme e rigorosa. 

Esta tentativa não vem sem dificuldades: a chapa terá que ficar atenta para não cair em vícios do movimento sindical, como o burocratismo, o corporativismo; ou em problemas comuns no serviço público hoje como a ideologia de gestão ou a judicialização de problemas políticos. E para isso precisará manter o sindicato amplamente democrático, debatendo e decidindo com os trabalhadores os rumos de nossa luta. 

Mas, também não vem com medo de dizer: não podemos esperar! É tempo de construir um movimento sindical que seja capaz de contribuir na luta dos TAEs, na luta pela Universidade Pública, nas lutas da classe trabalhadora! E é a isto que se propõe a chapa 1. 

 

A campanha tem dado a chapa 1 bastante confiança. Muitos trabalhadores têm sinalizado o apoio na chapa. A expectativa é de uma eleição acirrada. Amanhã a escolha de cada um será decisiva e dirá se contaremos com um sindicato democrático e de luta.

*O texto é de inteira responsabilidade da autora e pode não refletir a opinião do Jornal.

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