O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participa de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

[Opinião] #Vaza-Jato expoõe Moro e os liberais de plantão

Foto: Moro em audiência no Senado Federal. 19/06/2019 Brasília DF – por Marcelo Camargo/Agência Brasil

José Braga* – Redação UàE – 28/06/2019

 

Os vazamentos das conversas entre o juiz Sérgio Moro e o procurador da lava-jato Deltan Dallagnol publicados pela jornal The Intercept ao longo deste mês escancararam a atuação política da justiça na operação. Moro, Deltan e os demais procuradores do ministério-público agiram contra princípios fundamentais do direito de defesa.

 

O conjunto dos vazamentos até agora dão conta de que Moro agiu de forma coordenada com Deltan e os procuradores da Lava-Jato para acertar estratégias na condenação do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Combinaram estratégias de imprensa, operacionais, midiáticas, jurídicas e políticas. 

 

Com isto, confirmam às suspeições que há muito pesam sobre a atuação de Moro e do Ministério Público. Esta é mais uma – e gravíssima – evidência da atuação do Judiciário para influenciar as forças da vida política nacional. 

 

As respostas de Moro e dos liberais que acorreram em sua defesa, em especial o Movimento Brasil Livre frente aos vazamentos são reveladoras.

 

Moro tem buscado uma posição evasiva. Hora não reconhece a autenticidade dos dados, hora afirma que seu conteúdo seria irrelevante. Desde o dia 09 de junho, quando Intercept publicou os primeiros materiais, o ministro lançou 5 notas públicas pelo portal institucional do ministério. Suas falas públicas, em especial no Senado, não foram diferentes. 



Esta posição vacilante e sua teoria conspiratória não é mais que uma fuga. Mais grave é banalizar que não há nada de errado com os diálogos expostos pelos jornalistas. Os vazamentos demonstram que o então juiz agiu decididamente e em coordenação com a acusação no uso político da operação lava-jato. Isto não é pouco. 

 

Tão logo às denúncias começaram a minar o juiz e levantar questões sobre a operação e o caso, os supostos liberais do Movimento Brasil Livre saíram em seu socorro. Inclusive convocando uma manifestação pró-Moro. 

Fonte: Twiiter Movimento Brasil Livre

O cinismo desses sujeitos não encontra qualquer limite e demonstra que a única liberdade que efetivamente defendem é para os burgueses circularem e reproduzirem suas riquezas. Afinal, como podem os supostos liberais concordarem que o poder Judiciário possa agir como um tirano que tudo pode? 

 

Fazem porque efetivamente nunca estiveram preocupados com a liberdade, assim como Moro nunca esteve preocupado com a corrupção. A #VazaJato mais uma vez revela a face podre desses sujeitos – e para nós escancara que não podemos depositar nenhuma confiança nesta Justiça e neste Estado. 

 

Afinal, revelam que a classe dominante não responde a qualquer princípio ético mas apenas há a lucratividade de seus capitais. Por isso podem rifar seus representantes políticos, como foi o Partido dos Trabalhadores, rifam Moro assim que tenham o usado para cumprir seu papel de reordenar a direção política do país, e rifarão quem quer que seja. Por isso não precisam respeitar nem mesmo suas próprias instituições.

 

Do empresariado, seus juízes, seus políticos liberais não haverá de fato um enfrentamento há corrupção. Pois ela responde a valorização dos capitais. De seu Estado não virá qualquer democracia, justiça ou liberdade – pois é esta apenas a forma com a qual dirigem, investem recursos, e organizam o conjunto da sociedade tendo em vista a valorização de seus capitais.

 

Moro evidentemente terá que cair. Sua atuação neste caso o torna indigno de ocupar qualquer cargo público. Mas, isto não basta a classe trabalhadora. 

 

* O texto é de inteira responsabilidade do autor e pode não refletir a opinião do Jornal.

 

 

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