Reforma do Ensino Médio – mais um golpe à classe trabalhadora

“Art 5º Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação, a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Parágrafo único. A Política de Fomento de que trata o caput prevê o repasse de recursos do Ministério da Educação para os Estados e para o Distrito Federal pelo prazo máximo de quatro anos por escola, contado da data do início de sua implementação. 4º Na hipótese de o Distrito Federal ou de o Estado ter, no momento do repasse do apoio financeiro suplementar de que trata o caput, saldo em conta de recursos repassados anteriormente, esse montante, a ser verificado no último dia do mês anterior ao do repasse, será subtraído do valor a ser repassado como apoio financeiro suplementar do exercício corrente.” O que todas essas mudanças significam? A reforma do ensino médio é a continuidade de um projeto que já vem se efetivando a algum tempo no ensino superior: o Empresariamento da Educação. Arranca da escola qualquer possibilidade de abertura para o desenvolvimento de uma reflexão crítica, criativa, viva! A retirada da obrigatoriedade de matérias que não tem compromisso com uma educação produtivista, estreita cada vez mais a formação de mão de obra barata para a indústria e o comércio. Coloca em sala de aula cada vez mais professores norteados por parâmetros de cumprimento de metas e reprodução de conteúdos meramente profissionalizantes.  Ou seja, professores que não esperam nada de seus alunos além do prosseguimento e execução do que já está dado. Não há espaço para o desenvolvimento de um ensino que passe pelas diversas áreas do saber, que dê base para uma real absorção do conhecimento em suas diferentes esferas sociais, culturais e cognitivas. A escola se aprofunda e se requinta no seu modelo de máquina de moer gente com uma máscara de flexibilidade: flexibilidade para o mercado. Está claro a quem interessa retirar a capacidade da nossa juventude de sonhar e lutar com um futuro melhor para todos nós. Contudo, por mais que ataquem a classe trabalhadora em todas as frentes, subestimam a capacidade que nossos jovens têm hoje de almejar e defender uma educação emancipadora para si e aos que virão depois deles. As primeiras escolas já estão sendo ocupadas, assim como as ruas. A experiência dos secundaristas de São Paulo contra a entrega das escolas para as O.S’s  dificilmente vai se apagar da memória e da práxis necessárias que temos pela frente.       ¹ Discussão presente no Editorial “Lá e de volta outra vez, por uma esquerda que não tema dizer seu nome.” Disponível em: https://ufscaesquerda.com.br/editorial-la-e-de-volta-outra-vez-por-uma-esquerda-que-nao-tema-dizer-seu-nome/   ]]>

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