O mantra sobre a necessidade de uma unidade de esquerda ecoa sempre que se aproximam eleições. Não é diferente em relação a eleição para o DCE da UFSC. Não, não temos desacordo com a necessidade objetiva de reunir forças diante do atual cenário, mas construir a unidade não é assim tão simples. Nesse processo limitar-se ao que está nas aparências de nada ajudará na construção de uma mobilização estudantil crítica e capaz de construir estratégias condizentes com as necessidades que a conjuntura apresenta. Muito mais difícil será, sem a realização de uma análise profunda e pública – que vá além de enumerar a série de ataques que estamos sofrendo, chegar ao conjunto dos estudantes com uma política de performance de fundamentos e princípios mínimos.
É preciso pensar em unidade desde que essa possa ter um programa construído na discussão rigorosa com o conjunto dos estudantes. Dessa forma estar aberto a críticas e debates públicos é o mínimos que se espera de quem se propõe esta tarefa [1].
Sim é preciso atacar sem descanso os que não têm compromisso com o bem coletivo, mas é preciso ser ainda mais duro com aqueles que na aparência e discurso simulam estar ao nosso lado, mas que nas práticas já demonstraram inúmeras vezes que não estão[2]. Apropriar-se de conceitos e falas tão caras a classe trabalhadora para, de forma oportunista, focar apenas no crescimento da própria organização e em benefícios próprios deve ser duramente exposto e criticado para não perdermos a memória de nossos algozes.
Como Jornal Socialista que somos nos comprometemos a não deixar a memória sobre os reais métodos das organizações que traíram os estudantes em momentos cruciais cair no esquecimento.
É preciso construir uma unidade que seja capaz de falar para todos os estudantes, construir isto pela base para poder, se eleita, garantir a manutenção do compromisso com a universidade pública. Uma unidade capaz de ousar e fazer a juventude universitária sonhar novamente. Só assim os estudantes estarão ao lado de uma possível chapa de esquerda para as eleições do DCE.
Um programa raso, sem a construção coletiva com os estudantes, não garantirá a sobrevivência de uma unidade propositiva depois das eleições. E embora algumas organizações possam ampliar seus quadros [3] durante o processo, não é isso que garantirá um DCE que possa superar o imobilismo. Um processo eleitoral de DCE é muito mais que uma mera oportunidade de formar quadros. Para construir um DCE combativo precisamos ser críticos e rigorosos em relação aos nossos companheiros.
1 Nota sobre a expulsão de membros do Jornal da reunião: https://ufscaesquerda.com/por-onde-vai-a-construcao-de-uma-chapa-de-esquerda/
2 Texto sobre articulação com Gestão Roselane: https://ufscaesquerda.com/serie-os-restos-do-roselanismo-quem-produzia-o-imobilismo
3 Política de quadros da JCA: http://www.jcabrasil.org/2013/03/a-jca-como-escola-de-quadros.html
Procuro ver se posso e como posso me comunicar com outros Professores e Sócios da APUFSC.
Porque por aqui não se vê nenhuma pista.
Não se vê diálogo.
Não se sabe se o que se escreve e se o que se diz chega a algum lugar e se obtém algum retorno.
Enfim, a VIRTUALIDADE da APUFSC parece mais coisa de assunto secreto!