[Opinião] Sob o mote “Nem de fome, nem de Covid” Sintrasem continua em greve

Imagem: Sintrasem 

 

Lara Albuquerque *- Redação UFSC à Esquerda – 31/03/2021

Os trabalhadores da educação do município de Florianópolis se mantêm em greve desde o dia 21/03 contra o retorno presencial sem as medidas de segurança no pior contexto da pandemia já registrado. Amanhã realizarão uma nova Assembleia Geral às 13h30 que será transmitida na página do Facebook e Youtube do sindicato. No final da tarde de hoje (31/03) às 18h, o Sindicato se juntou aos demais sindicatos da Grande Florianópolis para a realização de um ato em frente a catedral metropolitana de Florianópolis, o ato foi composto pelos Sindicatos dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José (SINTRAM-SJ), de Florianópolis (SINTRASEM), de Palhoça (SITRAMPA) e de Biguaçu.  

Na data de hoje é registrado o décimo dia de greve em que o sindicato tem realizado diversas atividades para chamar a atenção da população, como drive-thru em diferentes pontos da cidade, além de pressionar a prefeitura a negociar com a categoria que até hoje não foi recebida ou mesmo respondida pelo prefeito da cidade, Gean Loureiro (DEM).

A denúncia feita pelos profissionais é de que as medidas de proteção são insuficientes para qualquer controle da pandemia, não há equipamentos, estrutura para manter o distanciamento, muito menos uma estratégia de testagem em massa que possibilite mapear os focos de infecção e controlar a propagação. 

Ao impor com a volta das aulas que milhares de cidadãos irão circular em ônibus pela cidade, indo e voltando de aulas (muitos professores trabalham em mais de uma escola), a prefeitura decide que está disposta a colocar o vírus para circular cada vez mais. O silêncio da prefeitura quando se nega a dialogar com os trabalhadores da educação demonstra não só para o sindicato, mas também para o conjunto da sociedade de Florianópolis a despreocupação que Gean Loureiro (DEM) reserva à vida dos professores, dos estudantes e seus familiares. E nem mesmo as filas de centenas de pessoas à espera de vaga nos hospitais em nossa cidade irá interromper a impressão de normalidade que tentam passar. 

Gean Loureiro (DEM), com isso, se iguala politicamente ao presidente Bolsonaro (sem partido): não há qualquer preocupação real com a saúde da população, ambos já decidiram que muitos terão que pagar com a vida. A política de morte que Gean (DEM) e Bolsonaro (sem partido), assim como a maioria dos prefeitos e governadores, ensinam a nossa classe que não há tempo e confiança possível para se depositar nesse Estado que está ceifando quase quatro mil vidas no Brasil todos os dias. Não é possível esperar desse Estado qualquer solidariedade real, não será ele também o guardião de qualquer triunfo nosso sobre seus interesses. É necessário se unir à luta do Sintrasem e engrossar as pressões contrárias àqueles que calam enquanto nos matam aos montes e mediar nós mesmos a solidariedade necessária entre nós. 

 

*O texto é de responsabilidade dos autores e pode não refletir a opinião do jornal.

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