Luiz Costa – Redação UFSC à Esquerda – 25 de outubro de 2022
O Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC) interrompeu o atendimento na Emergência Obstétrica. A situação é similar à Emergência Pediátrica, que suspendeu atendimentos em setembro, retomou o atendimento e voltou a fechar as portas no último dia 15 de outubro.
A medida foi informada às autoridades de saúde. Segundo o hospital, “a orientação para as mulheres com problemas ginecológicos e gestantes é que, em caso de necessidade de atendimento, procurem as Unidades de Pronto-Atendimento, as unidades básicas de saúde ou o Samu, que fará o encaminhamento”.
A situação do HU-UFSC, gerido pela Ebserh desde 2016, tem se agravado nos últimos anos devido ao déficit de pessoal. A empresa não tem feito contratações suficientes e as condições de trabalho e remuneração têm levado muitos profissionais, como médicos, a se demitirem.
A adesão do HU à Ebserh foi aprovada pelo Conselho Universitário da UFSC em dezembro de 2015 contrariando o interesse da comunidade universitária que havia se posicionado contrariamente. Para aprovar, a reitoria levou o conselho para dentro do batalhão de treino da Polícia Militar, na Trindade, enquanto militares cercavam e bloqueavam a entrada de estudantes que protestavam.
A Ebserh é uma empresa privada criada em 2010 pelo governo federal para assumir a gestão dos hospitais universitários sob a justificativa de que seria a única maneira de solucionar os problemas de contratação. A gestão pela empresa permitiria contratar trabalhadores fora do Regime Jurídico Único, regime jurídico dos servidores públicos civis da administração direta, das autarquias e das fundações, instituído pela Lei n.º 8.112/90.
A emergência pediátrica foi interrompida no dia 15 de setembro e, pouco tempo após retomar, voltou a fechar as portas no dia 15 de outubro.
Para Ivete Ioshiko Masukawa, superintendente do HU, a saída de médicos pode ser explicada pela oferta de empregos com melhores condições de remuneração, em comparação com os salários oferecidos pela empresa.
A superintendente esteve presente na sessão do Conselho Universitário da UFSC na terça-feira (25) para apresentar o Plano de Contingência da Emergência Pediátrica.
Entre janeiro e setembro deste ano, a Emergência Pediátrica realizou em média 1.665 atendimentos por mês. A partir de abril deste ano, houve uma série de exonerações de médicos levando a Emergência pediátrica a um déficit de oito pediatras.
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Entre o dia 26 e o dia 30 de setembro, trabalhadores da Ebserh no HU-UFSC entraram em greve. O movimento de greve foi nacional e alcançou todos os cantos do país em luta pelo reajuste salarial, que não é corrigido há quase quatro anos.