Mariana Nascimento – Redação UFSC à Esquerda
Na última segunda-feira, dia 15 de maio, o Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais (CALCS) gravou um vídeo denunciando as dificuldades enfrentadas pelas entidades, movimentos e coletivos para realizar a reserva de salas e demais espaços físicos na UFSC para a realização de eventos e reuniões.
No vídeo, a presidenta do CA, Bia, relata que este não é um evento isolado e vem se repetindo semana após semana e aponta a necessidade de discutir por que o movimento estudantil enfrenta tantas dificuldades e obstáculos para organizar suas lutas, bem como a necessária discussão acerca da democratização do espaço físico dentro da UFSC.
Outros CA’s já relataram dificuldades semelhantes e que para garantir uma sala ou auditório é necessário contar com servidores técnicos ou docentes para assinar os pedidos/formulários. Porém, isso interfere na autonomia do movimento estudantil que carece de espaços. Atualmente no campus Trindade da UFSC, todos os CAs do Centro de Ciência da Educação estão sem salas, todas as sedes das entidades se localizavam dentro do centro de ensino que encontra-se em reforma.
De forma provisória, a UFSC ofereceu que os CAs daquele centro dividissem uma mesma sala no Centro de Convivências, sala antes que abrigava a Galeria de Artes do Convivência e hoje guarda diversos materiais obsoletos da UFSC e encontra-se sem manutenção como todo o Centro de Convivência. Os CAs não concordaram com a proposta e seguem sem espaços garantidos na UFSC.
Já no Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, os CAs enfrentam questões parecidas: O prédio que abriga os CAs está para ser demolido e até a construção de um novo não há previsão de onde irão alocar as entidades, bem como os laboratórios e demais salas que ficam no mesmo bloco.
No Centro de Ciências Biológicas, no início deste mês, foi debatido e votado um regimento para uso dos espaços físicos pelos estudantes, após conflitos sobre esta questão. O Centro Acadêmico de Biologia (CABIO), se posicionou pela defesa do direito livre aos espaços do Centro em contrário ao estabelecimento de regras restritivas para utilização. Mesmo assim, acatando algumas reivindicações do corpo estudantil, o Centro de Ensino votou uma resolução sobre a utilização da estrutura do centro, o que acaba por burocratizar diversas atividades.
O debate sobre o movimento estudantil fazer uso da universidade também vem ocorrendo em discussões sobre a criação de uma resolução para a realização de festas universitárias no campus, discussão quem vem sendo tocada pelo DCE. Novamente o debate pode tender a burocratizações que pouco refletem a realidade dos eventos do Movimento Estudantil, sejam eles festivos ou mesmo organização de espaços de discussão e organização das mobilizações os quais, muitas vezes numa conjuntura como a brasileira, não cabem nas regras de reserva com 48h de antecedência, como definiu a resolução do CCB.