Imagem: Montagem UFSCàE
Lara Albuquerque – Redação UFSC à Esquerda
Encerrou ontem o primeiro turno das eleições para reitoria da UFSC. Edson De Pieri, da chapa UFSC Sempre – 66, está fora do segundo turno. Cátia Carvalho Pinto, da chapa UFSC Viva – 84 e Irineu Manoel de Souza, da chapa Universidade Presente, seguem na disputa no segundo turno. A votação será no dia 26 de abril e a votação, diferente do primeiro turno, será presencial em urnas do TSE, como nos últimos anos, após a volta às aulas presenciais para a graduação.
O UFSC à Esquerda continuará cobrindo a consulta até o momento da posse. Durante todo segundo turno e também a decisão no Conselho Universitário, previsto para 28 de abril, que elegerá os nomes a compor a lista tríplice a ser encaminhada ao Governo Federal; até a nomeação e posse do próximo reitor ou reitora da UFSC.
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Após o resultado do primeiro turno na data de ontem (22), o jornal UFSC à Esquerda entrou em contato com todos os candidatos, pedindo uma declaração sobre o resultado e as perspectivas para o segundo turno.
Edson de Pieri que atingiu 25,51% dos votos válidos e está fora do segundo turno, ao ser questionado sobre uma avaliação do pleito e se reconhecia o resultado da consulta, declarou:
Claro que reconhecemos o resultado. Foi a escolha da comunidade e sempre respeitamos e era a condição para participarmos do pleito. Nós fizemos o trabalho de esclarecer nossos apoiadores e a comunidade de toda a complexidade da UFSC e que esse processo não é uma eleição nos moldes tradicionais
Sobre a posição de apoiar ou não alguma das candidaturas, De Pieri comenta:
Nossos eleitores e apoiadores são altamente esclarecidos e têm total liberdade de escolher o que é melhor para a UFSC sem qualquer tipo de tutoria.
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Cátia Carvalho Pinto avaliou a campanha e os próximos passos para o segundo turno. Cátia é a atual vice-reitora e representa a chapa de continuidade das gestões de Luís Carlos Cancelier (2016-2017) e Ubaldo Balthazar (2018-2022) fez 26,68% dos votos válidos:
Nossa campanha esteve voltada a propostas, avaliando o que precisamos mudar, alterar e o que precisa ser potencializado. Com os pés no chão, mostrando nossa experiência de gestores, nossas ações, nossa formação múltipla e intrinsecamente ligada à UFSC.
O professor Moretti e eu temos certeza de que foi uma opção que conquistou docentes, STAE’s e estudantes. E, agora, no segundo turno, vamos tornar isso ainda mais evidente: uma UFSC inovadora, plural, inclusiva, que sabe se relacionar com toda a sociedade. E que, acima de tudo, tem os apoios necessários para se manter sempre viva!
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Irineu Manoel de Souza, que alcançou 44,62% dos votos válidos e ficou em primeiro lugar neste turno, avaliou a campanha:
No primeiro turno nós fizemos um trabalho bastante importante, bastante coletivo. Tivemos mais de 1000 apoiadores, 100 colegas trabalhando no programa. Conseguimos fazer um programa que sintetiza os problemas que encontramos no dia-a-dia da universidade. E com isso tivemos um grande apoio da comunidade.
Também comentou o posicionamento da chapa como oposição a chapa de continuidade das últimas gestões e as perspectivas para o segundo turno:
A expectativa no 2º turno é continuar esse trabalho, aprimorando-o com os debates e as discussões que ocorreram no decorrer da campanha. O programa sempre está em construção. Nossa estratégia é a seguinte: Nós somos a candidatura de oposição à reitoria! Nós vamos discutir mais autonomia para a universidade. Também a questão da reitoria ser mais presente na universidade, nos campi, nos setores. A reitoria está muito ausente, por isso a escolha do nome da candidatura (Universidade Presente). Também a reitoria se posicionar mais em Brasília, fazermos um trabalho coletivo com os demais reitores para conseguirmos os recursos para a universidade. E também a defesa intrasigente da autonomia universitária! Este é o ponto mais sensível, as universidades tem perdido a autonomia, o governo está sempre tirando um pedacinho. Primeiro foi com a gestão de pessoas, que foi centralizada em Brasília, depois com a AGU tirando as procuradorias das universidades, e depois com a EBSERH que tirou a autonomia da universidade na gestão do HU – uma empresa pública com métodos de gestão privada. São pontos que demonstram como a universidade foi perdendo. Precisamos discutir isso com os reitores, até para termos uma posição mais firme na defesa da autonomia universitária e dos recursos necessários para a universidade.
A nossa expectativa é fazer uma administração bem diferente da que é feita atualmente. Mais original, com uma gestão democrática como deve ser na universidade. Os reitores precisam ter uma posição mais firme até no que cabe a mudança da própria lei, como a LDB e a questão do 70/30. Muitas questões como essas, já poderíamos ter avançado. Os reitores têm que ter um trabalho coletivo nessa defesa da autonomia universitária que é algo fundamental. A universidade sem autonomia fica realmente vulnerável. Para produzir ciência e tecnologia, formar as pessoas, ter um papel importante na sociedade só é possível se ela tiver autonomia universitária!
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Neste primeiro turno, os votos brancos atingiram a marca de 3,18%. A votação online não contabiliza votos nulos. Confira os votos totais de cada candidato, por categoria e segmento e os total da participação da comunidade universitária.
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