[Notícia] “Em defesa das liberdades democráticas e das instituições públicas de ensino superior”, confira carta aberta conjunta de ANDES, FASUBRA, SINASEFE, UNE, FENET e ANPG

José Braga – Redação UàE – 27/10/2018

Entidades nacionais de professores, técnicos, estudantes de graduação, pós-graduação e ensino técnico publicaram nesta sexta uma carta aberta à sociedade brasileira na qual se posicionam na defesa da liberdade. Assinam o documento a Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional (ANDES-SN), Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (SINASEFE), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET) e a Associação Nacional dos Pós Graduandos (ANPG).

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A carta posiciona-se contra as agressões realizadas nas universidades pela justiça eleitoral, e por apoiadores de Bolsonaro. As entidades realizaram também uma coletiva de imprensa. A carta pode ser lida na íntegra, abaixo:

CARTA ABERTA À SOCIEDADE E À COMUNIDADE ACADÊMICA EM DEFESA DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS E DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR

Nós, do ANDES-SN, da FASUBRA, do SINASEFE, da UNE, da FENET e da ANPG, vimos a público denunciar os ataques orquestrados contra a Universidade Pública Brasileira, através de inúmeras ações arbitrárias da Justiça Eleitoral, que em alguns casos esteve acompanhado pela Polícia Militar ou Federal.

Desde o fim do primeiro turno das eleições gerais no Brasil, a violência, o ódio e as ações de perseguição contra LGBTTI, mulheres, jovens, negros/as tem se intensificado, assim como os ataques à liberdade de expressão nas Universidades Públicas. Foram inúmeros os casos de agressões e violências, como agressões físicas, verbais e através de ameaças explícitas marcadas em paredes das Universidades Públicas. Além de um conjunto de Fake News que visam desmoralizar as instituições públicas e o funcionalismo público.

As entidades que assinam essa carta aberta reafirmam seu compromisso intransigente com as liberdades democráticas, em defesa das instituições públicas de ensino superior e da organização autônoma dos/as trabalhadores/as dessas instituições. Nossas instituições, ao longo de todo o seu histórico, defenderam as bandeiras da democracia, das liberdades, da defesa dos direitos dos grupos marginalizados, da liberdade de expressão e da autonomia das instituições públicas de ensino. Sempre nos colocamos contra o autoritarismo, a ditadura e o fascismo. Nesse momento histórico do Brasil, em que o país está polarizado entre projetos políticos distintos, reafirmamos nossas posições históricas. Por isso mesmo, estamos sendo perseguidos.

Sabemos o que querem aqueles que nos atacam. Buscam desmoralizar a educação pública, como já vem fazendo desde 2016, ao perseguirem universidades, reitores/as, professores/as, técnico-administrativos e estudantes. Não vão nos calar! Não vamos recuar! Continuaremos nas ruas em defesa das políticas públicas, das universidades e das liberdades democráticas!

Se a Justiça Eleitoral, como expressa a decisão tomada no Rio de Janeiro, considera que faixas com a expressão “antifascistas” atacam ao candidato Jair Bolsonaro é porque a justiça eleitoral reconhece o caráter fascista das ações e propostas de tal candidato. Neste caso não deveria a justiça tomar medidas contra o fascismo? Por que em um Estado Democrático de Direito, como estabelece a Constituição Federal de 1988, perseguir os que se colocam contra o fascismo?

Por que panfletos, debates e palestras que discutem a democracia, as eleições e o que é o fascismo estão sendo considerados como propaganda eleitoral pela Justiça Eleitoral em todo o Brasil?

Reconhecemos o caráter classista e seletivo da justiça brasileira e nos indigna a posição em defesa do fascismo.

Nas ruas e nas lutas nossas entidades foram construídas e aí continuaremos. Nossas lutas não se encerram no dia 28 de outubro com o segundo turno. Ao contrário, após derrotar nas urnas o projeto contrário à educação pública e às liberdades democráticas vai permanecer o desafio de defender nas ruas a Universidade Pública e a democracia.

Se fere nossa existência, seremos resistência! Não ao Fascismo! Em Defesa das Universidades Públicas! Em Defesa das Liberdades Democráticas!

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