Imagem: Publicação de de denúncia das condições da escola realizada por estudantes da EEB Irmã Maria Teresa @307.eebimt_

[Notícia] Escolas estaduais da Palhoça denunciam abandono e precariedade na volta às aulas

Maria Helena Vigo – Redação do UFSC à Esquerda

O início do ano letivo nas escolas da rede estadual, que se deu no dia 08 de fevereiro, está ocorrendo de forma bastante conturbada no município de Palhoça. 

Na primeira semana de Fevereiro as escolas ainda se encontravam sem manutenções essenciais para receber os professores, devido ao rompimento do contrato da empresa terceirizada que prestava os serviços de limpeza, roçagem e capina nas escolas. 

Iniciadas as aulas, diversas denúncias sobre as precárias condições de infraestrutura das escolas tem vindo à tona: reformas atrasadas, problemas de rede elétrica, água, infestação de ratos, aulas sendo oferecidas em ginásios, em prédios locados sem manutenção, entre muitas outras problemáticas.

EEB Irmã Maria Teresa

Na escola Irmã Maria Teresa, localizada no bairro Ponte do Imaruim, após a abertura de novas turmas de ensino fundamental II, houve a realocação de estudantes em um prédio onde anteriormente funcionava uma universidade do grupo Uniasselvi. Segundo a regional  de São José do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE) este prédio está sendo alugado desde Setembro de 2022, por cerca de R$60.000,00 por mês, pagos para a empresa Bloco Engenharia Ltda.

A comunidade escolar denunciou na última semana que o prédio se encontra sem condições para recebê-la e para realização das aulas, com extintores vencidos, falta de bebedouros, salas sem ventilação, teto mofado e fios soltos, prédio sem internet, sem ginásio ou quadra para as aulas práticas de educação física, sem laboratórios, sem biblioteca, sem trabalhadores de segurança e limpeza fixos, sem secretaria para atendimento de pais e professores, sem pátio de uso comum nas saídas e intervalo, entre outros problemas.

Confira a denúncia realizada por estudantes da escola no Instagram.

Após a denúncia realizada pelos estudantes, o deputado estadual repórter Sérgio Guimarães gravou um vídeo junto à Secretária Adjunta de educação, Patrícia Lueders, em que afirmam que o prédio alugado se tornou um bem público do estado na sexta-feira, dia 24, e que irão encaminhar as reformas necessárias.

E.E.B. Governador Pedro Ivo Figueiredo de Campos

Na escola Pedro Ivo Campos, também localizada no bairro Ponte do Imaruim, em função do processo de reforma, as aulas estão sendo alocadas no ginásio da escola Governador Ivo Silveira, no Centro, há cerca de dois anos. Nessa estrutura, a comunidade escolar vêm sofrendo com problemas na rede elétrica e de água e falta de ventilação. No dia 13 de fevereiro a escola precisou suspender suas atividades em função de falta de água e luz.

Manifestação por transporte adequado e seguro

Outro problema enfrentado pela comunidade escolar é o transporte dos estudantes até o ginásio da escola Gov. Ivo Silveira, pois além da precariedade dos serviços prestados pela empresa de ônibus Jotur, foi restringido o acesso aos orientadores de convivência e monitores aos ônibus que fazem o deslocamento desses estudantes.

A comunidade escolar sente-se insegura com as condições de transporte, embarque e desembarque dos estudantes, sem auxílio de adultos responsáveis, tendo em vista que são estudantes de diversas idades do ensino fundamental. 

Em função disto, estão convocando um ato em frente ao terminal da Jotur, para a próxima segunda, dia 27, às 07h da manhã.

Confira a convocação divulgada pela comunidade escolar no Instagram.

EEF Dom Jaime de Barros Câmara

Na escola Dom Jaime de Barros Câmara, localizada no bairro Bela Vista, no início de fevereiro professores denunciaram por meio da regional de São José do SINTE a falta de ares condicionados e escassez de ventiladores em períodos de altas temperaturas, além disso, foi denunciada falta de luz no refeitório, fazendo com que estudantes do período noturno se alimentassem utilizando as lanternas de seus celulares.

EEB Prof. Benonivio João Martins

Também segundo denúncia que foi veiculada pela regional do SINTE, a escola Benonivio João Martins, no bairro Brejaru, iniciou o ano letivo sem conseguir comportar todos os estudantes matriculados e duas turmas foram remanejadas para um espaço onde antigamente funcionava um projeto de educação ambiental e alimentar da secretaria de educação, tal espaço se encontrava sem manutenção e sem condições de uso.

A precariedade e o descaso com escolas do município tem gerado revolta e indignação em todos aqueles que integram a comunidade escolar. A atuação de associações de pais e professores, de turmas de estudantes e da regional do SINTE é de grande importância para dar visibilidade às reais condições em que se encontram as escolas e o acesso à educação pela população trabalhadora da grande Florianópolis e para lutar contra o conjunto de processos que buscam desmontar a escola pública.

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