Giulia Molossi – Redação UFSC à Esquerda – 21/07/2022
No sábado passado, 16 de julho, mais um caso de homofobia aconteceu na cidade de Florianópolis. Um casal lésbico sofreu violência física e verbal por cerca de 40 minutos, as agressões começaram no trajeto de ônibus (linha 330, TILAG-TICEN via Mauro Ramos) e continuaram no Posto de Gasolina Ipiranga, na rua Crispim Mira, no Centro de Florianópolis. “Vai aprender a ser mulher; aqui é manezinho da barra pra você fica ligada”, foram as palavras do homem que as agrediu, ainda não identificado.
Sasha Cortinaz e Camila del Poente relataram às agressões. Elas contam que das diversas pessoas que estavam no ônibus, apenas uma – David – se comoveu com a situação e ajudou.
No ônibus, quando o casal falou que chamaria a polícia, o homem as empurrou e tentou desferir socos e pontapés. O homem desceu correndo no ponto de ônibus em frente à Igreja Universal e David correu atrás dele gritando “isso não está certo, a polícia tem que pegar ele”.
A agressão continuou ocorrendo quando se depararam novamente com o homem na loja de conveniência do Posto Ipiranga. Ele havia virado a camiseta para tentar não ser reconhecido. O agressor jogou diversos produtos da loja contra o casal, chutou as duas e deu socos. Estavam presentes na loja duas funcionárias, as quais ordenaram que todos saíssem dali e abriram a porta para o agressor fugir.
Durante as agressões, elas conseguiram ligar para a polícia e aguardaram cerca de 40 minutos, até que precisaram ir ao hospital para cuidar das lesões que sofreram. Não foram enviadas viaturas para o local.
“Um homem se sentiu autorizado a bater em duas mulheres por não aceitar nossa forma de afeto, por não aceitar a forma com que a Cami corta o cabelo ou veste uma roupa. Ele se sentiu autorizado a humilhar duas mulheres dentro de um ônibus cheio, onde a maior parte das pessoas riram a primeira vez que ele nos ofendeu”, relata Sasha. Desde o ocorrido, o casal está em busca de identificar o agressor.
Esse acontecimento é um absurdo e precisa ser encarado de frente com muita revolta e luta. Contamos com o apoio de nossos leitores em fazer circular essa notícia. Toda solidariedade às vítimas.