Imagem: Henrique Almeida / Agecom. Montagem UFSC à Esquerda
Lara Albuquerque – Redação UFSC à Esquerda 06/04/2022
A consulta para quem ocupará a reitoria da UFSC encontra-se agora no segundo turno, a segunda rodada de votação acontecerá em 26 de abril, na segunda semana de aulas. Para a disputa foram inscritas três chapas, atualmente temos no segundo turno, a chapa UFSC VIVA, composta pela atual vice-reitora como cabeça de chapa, professora Cátia Carvalho Pinto que recebeu 26,68% dos votos, chegando em segundo lugar. E a chapa UNIVERSIDADE PRESENTE, tendo como cabeça de chapa o atual diretor do CSE, professor Irineu Manoel de Souza que recebeu 44,62% dos votos, chegando em primeiro lugar.
O primeiro turno encerrou em 22 de março deste ano, com algo inédito! A Comissão Eleitoral Representativa das Entidades da UFSC, a COMELEUFSC, responsável pela organização do pleito para o cargo mais importante de nossa instituição, realizou o primeiro turno da eleição de forma totalmente online. Com muita polêmica, as entidades reunidas na comissão se dobraram à lógica naturalizada no período de ensino remoto emergencial e aderiram ao formato. O que trouxe alguns prejuízos para o pleito.
O primeiro deles é que a definição do colégio eleitoral foi realizada 30 dias antes do primeiro turno, como define a resolução da comissão. Ou seja, tendo sido o primeiro turno em 22 de março, o colégio eleitoral fora formado em 21 de fevereiro, antes da matrícula dos calouros que acabaram de ingressar na UFSC, os quais foram impedidos de participarem da votação.
Ainda pela insistência em realizar o primeiro turno online, e este, por óbvio, acontecer antes do recesso escolar, iniciado em 25 de março, forçou o segundo turno acontecer mais distante ainda do primeiro. Pois, com recesso escolar e mudança de semestre letivo de 21.2 para 22.1, o espaço de tempo entre os turnos é superior a um mês. Outro problema acarretado por consequência da escolha de realizar a votação online é que o detalhamento dos dados sobre a eleição não foram produzidos, como em todas as votações anteriores. Atualmente a comunidade universitária não tem e não terá a mínima noção sobre como foi a votação e nível de participação em cada centro de ensino e setor de trabalho dos técnicos e docentes, por exemplo.
Pode parecer mero detalhe, mas diz muito sobre as disputas, divisão dos grupos e alianças que ocorrem no cotidiano da política universitária. Isso porque a “cabine de votação” e a “urna” online é organizada por números de CPF, e não pelo local de trabalho. Nesse processo, os eleitores viram números, com nenhuma relação com o espaço que trabalham ou estudam na UFSC. E, por isso também, não será possível neste ano fazer uma comparação entre o primeiro e segundo turnos.
Em um ambiente acadêmico, o qual trabalha com pesquisa, sabemos a importância que dados carregam consigo e que quanto mais completos e minuciosos, melhor para entender a dinâmica de momentos tão importantes e processos políticos como este. Algo que, no mínimo, respingará na próxima gestão de reitoria, seja ela qual for. O próximo reitor ou reitora estará no escuro sobre esses dados e onde exatamente tem mais apoio ou oposição na UFSC às iniciativas e propostas de gestão.