Ana Zandoná – Redação do UFSC à Esquerda
Nesta segunda, 08 de Maio, os estudantes da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica decretaram greve no seu curso, em função das condições extremamente precárias do alojamento a eles destinado.
As demandas são para manutenção da parte elétrica, hidráulica e saneamento do alojamento, que abriga os estudantes há mais de dez anos. O alojamento recebe 45 alunos do curso, que tem à sua disposição 40 camas e apenas dois banheiros, com apenas um chuveiro em funcionamento. Problemas com ralos entupidos, telhados com muitas goteiras, divisórias precárias e espaço restrito, entre outros, foram relatados pelo estudante Ícaro Kónh Priprá Patté, representante dos estudantes do grupo Xokleng/Laklanõ, da turma de Licenciatura Intercultural Indígena Do Sul Da Mata Atlântica.
Segundo Ícaro, as reivindicações de manutenção têm sido tratadas pela universidade como algo que seria resolvido entre um período de alternância e outro. Entretanto, toda vez que retornam para suas aulas no campus e ao alojamento, as condições continuam as mesmas.
Como se trata de uma graduação ofertada por meio da pedagogia da alternância, os estudantes passam um período junto a suas comunidades e outro na universidade. No período em que as aulas ocorrem no campus da universidade, é ofertado um alojamento aos estudantes. Hoje o curso conta com a sua terceira turma de estudantes e contempla os povos Guarani, Kaingang e Xokleng.
O alojamento atual, localizado no bairro Córrego Grande, foi disponibilizado aos estudantes no ano de 2011, para atender à demanda da primeira turma do curso, que se formou em 2014.
São dois locais que atualmente estariam à disposição como alojamentos para os estudantes: o antigo salão de festas e um prédio que pertencia ao departamento de arquitetura e posteriormente foi desativado. Esse segundo local não se encontra mais apto para uso e, nesse momento, os 45 estudantes estão todos alocados no espaço do antigo salão de festas.
Confira abaixo alguns registros da situação atual do alojamento, feitas por Rodrigo Barbosa, para o Cotidiano UFSC:
Na segunda, 08 de maio, os estudantes receberam a visita da Pró-reitora de Assuntos Estudantis, Simone Sobral, que havia se comprometido em retornar com respostas quanto a algumas resoluções de curto prazo.
Os estudantes da licenciatura indígena se encontram mobilizados e em luta por condições minimamente dignas de estudo e permanência na universidade.
As questões de infraestrutura e permanência se encontram precárias e graves há muito tempo e atualmente, tem ganhado evidência nas discussões e mobilizações do movimento estudantil da UFSC. Ano passado, este foi um tema de debate e denúncia da greve dos TAEs na universidade.
Recentemente nosso jornal realizou entrevistas sobre as condições da moradia estudantil e da ocupação Maloca na universidade, assim como, das condições de infraestrutura do Centro de Ciências Físicas e Matemática (CFM). Nas últimas semanas, os estudantes do CFM e do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) vem buscando se organizar e se mobilizar em função das condições estruturais de seus locais de estudo.